segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Coisas de difícil entendimento....

Há coisas que me custam a entender: como é que se é amigo de alguém e não se confia nessa pessoa? Que amizade é essa, quando se faz "caixinha" com assuntos do dia-a-dia das vidas de cada um?

Para mim, só há um tipo de amizade e não vários. Para mim, a amizade não tem "nuances" conforme os amigos, não se faz acepção por sexo, ou idade, ou posição social. Ou se é amigo ou não se é! Sem meias-tintas!

Amigo, para mim, é alguém por quem também damos a vida. E podemos dá-la de várias maneiras: morrendo por essa pessoa, se necessário for, ou apoiando, escutando, estando presente quer nas alegrias, quer nas tristezas, repreendendo, amando, corrigindo, rindo com ele ou ela, alertando, partilhando de tudo um pouco, orando por ele ou por ela, todos os dias das nossas vidas.

Para mim, um amigo deve ser um porto seguro, para onde corremos e nos refugiamos quando precisamos de colo, alguém que nos "puxa" quando estamos a deixar-nos ir ao fundo, alguém que nos acolhe e transmite paz nos momentos difíceis, alguém que salta conosco de alegria pelas nossas pequenas ou grandes vitórias diárias, que nos põe a nú quando estamos a tentar dissimular-nos, alguém com quem aprendemos a moldar o nosso coração no aprofundamento espiritual, que nos envolve fortemente num abraço quando estamos carentes, alguém com quem se tem uma cumplicidade tácita. Um amigo é alguém com quem e por quem vamos até ao fim do mundo, se for preciso!

Há ainda aqueles amigos que vêm conosco desde a infância ou adolescência, e também aqueles, mais antigos ou mais recentes, que vamos fazendo ao longo das nossas vidas. Deste lote, há que haver alguma disponibilidade de tempo e de espírito para nos conhecermos e aprendermos a relacionar-nos. A amizade só pode florescer se for alimentada, de parte a parte, nos dois sentidos, do dar e do receber. Essa alimentação faz-se com pequenos mimos, diariamente, passo a passo, sempre que houver oportunidade. Vamo-nos conhecendo mutuamente, descobrindo afinidades e gostos comuns. Ou não! E aí, não há volta a dar-lhe! Mas a haver alguma afinidade, vale a pena investir nessa amizade para que dê frutos. E os frutos de uma amizade são um bálsamo para alma!

Não acredito que alguém tenha muitos amigos dos que acima refiro, mas basta termos alguns, "amigos do peito", dos bons! É com alguns desses que, graças a Deus, posso contar no rol das minhas amizades! Costumo dizer, desses, que somos amigos "até debaixo de água"!

Como é que se pode, então, dizer-se amigo de alguém e não se confiar nessa pessoa? Para mim, a amizade é como o amor: não se diz, demonstra-se! E a confiança mútua faz parte integrante da amizade verdadeira!

Há coisas que me ultrapassam! Há coisas, para mim, de difícil entendimento ....
Que Deus me dê discernimento e sabedoria!

Um abraço da Golfer e até breve.




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