quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

QUANDO ALGUÉM QUE AMAMOS, PARTE ...†

A morte de alguém que amamos, por muita fé que se tenha, abala-nos sempre. Sobretudo quando são nossos familiares directos ou amigos com os quais tivemos, ao longo da vida, um relacionamento de maior intimidade.

Do ponto de vista da nossa fé cristã, sabemos que esta morte física não tem grande significado, porque a partir dela é que começa a verdadeira vida – a eterna, aquela para que Deus nos criou. O corpo apenas é o habitáculo da alma. Quando a alma parte, o corpo não serve para mais nada.

No entanto, apesar de acreditarmos que assim é, o que é certo é que, arriscaria dizer, ninguém está preparado para a morte de um ente querido, ainda que esse falecimento se tenha vindo a prenunciar de várias maneiras.

É que, se o facto de nos separarmos, ainda que por pouco tempo, de alguém que amamos, nos custa, o que não será vermos partir uma pessoa amada para sempre? Aquela que ainda agora ali estava, com quem tínhamos acabado de falar, que tínhamos visitado há pouco no hospital ou em casa, com quem havíamos trocado olhares e palavras de carinho, com quem tínhamos ficado, ternamente, de mão na mão, por algum tempo!

À luz da fé, tentamos confortar-nos, e deixamos que nos confortem, com a convicção de que um dia todos os que se querem bem, voltarão a encontrar-se na Casa do Senhor. E isso é reconfortante, sem dúvida. Mas a ausência física imediata da pessoa amada que falece é muito dolorosa. Quase desejaríamos estar no lugar dela. Quase gostaríamos de partir com ela também. E assaltam-nos pensamentos de culpa, por acharmos que não agimos bem, nalgumas vezes, para com essa pessoa, ou porque não lhe demonstramos o quanto a amávamos, no seu tempo de vida terrena...

Por isso, temos que fazer o nosso próprio luto. Afastarmo-nos da multidão e rezar ao nosso Pai do Céu, certamente chorando, por aquela pessoa que partiu e também por cada um de nós que cá fica. E implorar ao nosso Deus que, pela Sua graça, permita que digamos às pessoas queridas o quanto as amamos e que o demonstremos, sem inibições, com as nossas acções e atitudes.

Pedir-Lhe que, pela Sua infinita Misericórdia, conduza aquela pessoa para a Sua Morada e a nós, que nos reconforte, derramando o Seu Espírito Santo sobre as Suas pobres criaturas que, um dia, se reunirão a Ele e a todas as almas muito amadas que com Ele já estão.

Esta é a nossa fé de cristãos. E é nela que temos que nos apoiar e, com ela, apoiarmo-nos uns aos outros.
Da Golfer,
com carinho.

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